quarta-feira, 9 de abril de 2014

Petroleiros saem em defesa da Petrobras

Petroleiros saem em defesa da Petrobras, alvo de disputas no Congresso


Circula há uma semana carta dos petroleiros na qual os trabalhadores se posicionam em defesa da Petrobras. No documento, divulgado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), a categoria lamenta que a estatal volte “a ser palanque de disputas políticas em ano eleitoral”.
Os petroleiros afirmam que “a oposição, em conluio com a velha mídia, mira na Petrobrás para tentar desmoralizar a gestão pública da maior empresa brasileira”.
Nos últimos dias, governo e oposição travam um verdadeiro duelo pela definição do formato que terá a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar as contas da Petrobras. A oposição ameaçou obstruir as votações em plenário até a instalação de CPMI exclusiva da Petrobras.
Já os líderes da base aliada tentam criar uma CPMI cujo foco seja, além da petrolífera, contratos envolvidos em denúncias no metrô de São Paulo, as contas da Companhia de Eletricidade de Minas Gerais (Cemig) e negociações feitas no Porto de Suape, em Pernambuco, para o projeto da refinaria de Abreu e Lima.
A carta dos petroleiros destaca que quando exercia o papel de governista (dos anos 90 até 2002), a oposição (DEM e PSDB) “quebrou o monopólio estatal da Petrobrás, escancarou a terceirização, privatizou alguns setores e unidades da empresa”. Tão grave quanto, “tentou mudar o nome da Petrobrás para Petrobrax” num contexto em que a empresa protagonizou alguns dos  maiores acidentes ambientais do país e o afundamento da Plataforma P-36.
De São Paulo, da Radioagência BdF, Jorge Américo.
04/04/14
Confira a íntegra da carta dos petroleiros:
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“Não deixaremos sangrar a Petrobrás no ringue das disputas eleitorais
Mais uma vez, a Petrobrás volta a ser palanque de disputas políticas em ano eleitoral. Foi assim no governo Lula, foi assim em 2010 e não seria diferente esse ano, quando as pesquisas eleitorais refletem o apoio popular ao governo Dilma. Tensionada, a oposição, em conluio com a velha mídia, mira na Petrobrás para tentar desmoralizar a gestão pública da maior empresa brasileira.
Os mesmos PSDB e DEM, que quando governaram o país fizeram de tudo para privatizar a Petrobrás, trazem de volta à cena política antigas denúncias sobre refinarias adquiridas pela empresa no exterior e tornam a atacar as que estão em fase final de construção no Brasil. Quem acompanha a nossa indústria de petróleo sabe da urgência de reestruturação do parque de refino da Petrobrás, que, durante o governo do PSDB/DEM, foi sucateado e estagnado, assim como os demais setores da empresa.
Quando exercia o papel de governista (dos anos 90 até 2002), a oposição demo-tucana quebrou o monopólio estatal da Petrobrás, escancarou a terceirização, privatizou alguns setores e unidades da empresa, reduziu drasticamente os efetivos próprios, estagnou investimentos em exploração, produção e refino e ainda tentou mudar o nome da Petrobrás para Petrobrax. Foi nessa época que a empresa protagonizou alguns dos  maiores acidentes ambientais do país e o afundamento da P-36.
São os mesmos neoliberais que insistem em atacar a gestão estatal que desde 2003 iniciou o processo que fará da Petrobrás uma empresa verdadeiramente pública e voltada para os interesses nacionais.
Vamos aos fatos: em 2002, a Petrobrás valia R$ 30 bilhões, sua receita era de R$ 69,2 bilhões, o lucro líquido de R$ 8,1 bilhões e os investimentos não passavam de R$ 18,9 bilhões. Uma década depois, em 2012, o valor de mercado da Petrobrás passou a ser de R$ 260 bilhões, a receita subiu para R$ 281,3 bilhões, o lucro líquido para R$ 21,1 bilhão e os investimentos foram multiplicados para R$ 84,1 bilhão.
Antes do governo Lula, a Petrobrás contava em 2002 com um efetivo de 46 mil trabalhadores próprios, produzia 1 bilhão e 500 mil barris de petróleo por dia e tinha uma reserva provada de 11 bilhões de barris de óleo. Após o governo Lula, em 2012, a Petrobrás quase que dobrou o seu efetivo para 85 mil trabalhadores, passou a produzir 2 bilhões de barris de óleo por dia e aumentou a reserva provada para 15,7 bilhões de barris de petróleo.
Apesar da crise econômica internacional e da metralhadora giratória da mídia partidária da oposição, a Petrobrás descobriu uma nova fronteira petrolífera, passou a produzir no pré-sal e caminha a passos largos para se tornar uma das maiores gigantes de energia do planeta. Não aceitamos, portanto, que esse processo seja estancado por grupos políticos que no passado tentaram privatizar a empresa e hoje, fortalecidos por novos aliados, continuam com o mesmo propósito.
Se confirmados erros e irregularidades na gestão da Petrobrás, exigiremos que sejam devidamente apurados pelos órgãos de controle do Estado e pela Justiça. A FUP e seus sindicatos acompanharão de perto esse processo, cobrando transparência na investigação e responsabilização de qualquer desvio que possa ter ocorrido. No entanto, não permitiremos que sangrem a Petrobrás em um ringue de disputas políticas partidárias eleitorais, como querem os defensores da CPI. Reagiremos à altura contra qualquer retrocesso que possa ser imposto à maior empresa brasileira, alavanca do desenvolvimento do país.

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